O sistema de pagamento instantâneo Pix, lançado pelo Banco Central do Brasil, tem transformado rapidamente o cenário de pagamentos no país. Em apenas três anos, o Pix se tornou a forma preferida de pagamento, superando o uso de dinheiro e transferências bancárias. Em 2023, o uso do Pix cresceu 74%, totalizando quase 42 bilhões de transações, ultrapassando em 23% as operações combinadas de cartões de crédito e débito.
No comércio eletrônico, o impacto do Pix é ainda mais evidente. O número de compras online pagas com Pix aumentou 22 pontos percentuais em dois anos, representando mais de um terço de todas as transações em dezembro de 2023. Em contraste, o uso de cartões de crédito caiu 5 pontos percentuais, para 51%.
O Pix oferece vantagens significativas para os varejistas, incluindo custos de transação mais baixos. Enquanto as taxas de cartões de débito e crédito podem chegar a 1% e 2,2% por transação, respectivamente, o Pix custa em média apenas 0,22%. Essa economia é crucial para um setor que opera com margens apertadas.
Além disso, o Banco Central planeja introduzir novas funcionalidades para o Pix, como pagamentos recorrentes e parcelamentos, o que pode aumentar ainda mais sua adoção. Essas inovações ameaçam o modelo de negócios tradicional dos cartões de crédito, que dependem de taxas de transação e antecipação de recebíveis.
Especialistas preveem que, sem adaptação, empresas que dependem exclusivamente do modelo de cartões de crédito podem enfrentar dificuldades no futuro. A ascensão do Pix representa uma mudança significativa no mercado de pagamentos, beneficiando consumidores e varejistas, mas desafiando bancos e fintechs a se reinventarem.